Os nossos amigos Gatos

Ao longo deste blog vai ser possível conhecer algumas curiosidades felinas e aprender mais sobre estes adoráveis animais.
Aqui encontra um guia prático com todas as informações que o dono responsável precisa de saber.
Sejam bem-vindos ao mundo das Curiosidades Felinas!




sábado, 19 de março de 2011

O Gato dentro de mim

Imagem de: imotion.com.br
«Os gatos nos dão diariamente lições que não aprendemos com nossos pais. São lições que, tampouco, as aprendemos nos livros da escola porque são de tal natureza que sequer nosso mais querido professor secundarista teve a oportunidade de aprender. Não são –– diga-se de passagem –– aprendizados fáceis e indolores. Gatos nos ensinam liberdade, porém não qualquer liberdade, mas aquela que nos é mais difícil assimilar, que é a da independência, a da não subserviência.

Se liberdade é, para alguns teóricos como Friedrich von Hayek, a ausência da coação, para os gatos a liberdade tem um conceito positivo, conceito assimilado pelo filósofo Isaiah Berlin: o livre exercício do querer. O desejo felino é uma espécie de nosso superego: é tudo que queríamos ser, mas nosso ego nos tolhe. Como o gato é movido pelo instinto, ele não tem máscaras ou disfarces, ele se dá o direito que muito nos faz inveja: o de mover conforme seus humores. Alguém já tentou pegar um gato e colocá-lo no colo, no sofá, ou na cama contra sua vontade? Acariciá-lo numa hora em que ele não deseja sequer ser tocado por você? Ele simplesmente levanta-se dali e vai embora, sem miar, sem questionar e o que é pior, sem olhar para trás.

Se conseguíssemos enxergar que nossos filhos adolescentes são assim, como os gatos, talvez os entenderíamos e os respeitaríamos mais. Entender a individualidade de cada gato é o primeiro passo para aprendermos a respeitar as diferenças, os humores de cada um de nós. Camille Saint-Saens, o compositor, escreveu num texto de 1914 (“Au Courant de la Vie”) que o gato é injustamente caluniado pelo homem, pois este jamais o perdoa pelo seu orgulho; qualquer gato sente que está além de si mesmo se forçado a se submeter a um ser superior apenas para ganhar sua afeição. Um gato jamais dá sua amizade incondicionalmente a qualquer ser humano. Por outro lado, continua o compositor francês: nada é mais gratificante e prazeroso do que receber uma demonstração de carinho e fidelidade de um gato, porém, este só dará a quem realmente o merece.

Isso me faz lembrar meu gato branco quando chegou em casa, ainda com três meses de idade, mas dono de uma personalidade geniosa sem igual. Já fazia muitos anos que não tinha um gato em casa e, naquele momento, compartilhava a companhia de dois cachorros que, sem dúvida alguma, me consideravam o “macho alfa”. Achei que poderia fazer com que o pequeno gato fosse domado pelo macho alfa com a mesma facilidade dos cães. A cada dia nosso relacionamento se tornava mais tenso. Meus colegas de trabalho notavam em mim, a cada dia, uma unhada nova. Na época minha então namorada chegou até a suspeitar se o autor das unhadas era realmente o pequeno felino de casa (ou...). O processo foi doloroso (para mim) e demorado, mas ao final eu posso afirmar, com orgulho, que consegui ser finalmente domado por ele e não o contrário.

Ele não era o “macho alfa”, ele era apenas um felino que fez questão de deixar claro para mim que a individualidade dele deveria ser respeitada e que eu, ser superior, não estava acima dele (em nada). Seu orgulho era mais que justo, era o orgulho da prevalência da virtude sobre a estupidez humana.

M. Dupont White vive em Paris com seus gatos. O texto foi traduzido por Marcelo Batuíra da C. Losso Pedroso.»

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ablação das unhas

A ablação das unhas, ou onicectomia, é a amputação da garra de um gato pela sua falangeta.

Mas antes de saber o que é a onicectomia, é necessário compreender a anatomia da pata de um gato.

Imagem retirada de: Guia Essencial Gatos, Bruce Fogle
Ao contrário de muitos mamíferos, que apoiam toda a pata no solo para se deslocarem, os gatos são animais digitígrados, ou seja, apenas apoiam as falanges (dedos) no solo para se deslocarem. As suas costas, ombros, articulações, músculos, tendões e nervos são concebidos para suportar e distribuir o peso do gato quando ele anda, corre ou trepa. Os gatos usam as unhas para se equilibrarem, para se defenderem, para marcarem território, para se exercitarem, para brincarem e para distenderem os músculos das patas, ombros e costas. Ao apoiar os dedos no solo, os gatos mantêm todos estes músculos e órgãos de locomoção devidamente alinhados, o que lhes proporciona a sua forma tão graciosa e ágil de se movimentarem.
Remover a última falange dos dedos dos gatos irá alterar drasticamente a forma da pata, o que provocará que esta se apoie no solo num ângulo anormal e causará dores intensas no animal, semelhantes às causadas num humano que use sapatos com saltos demasiado altos. 
A unha de um gato, ao contrário da dos humanos, faz parte do último osso da pata, a falangeta. Logo, para remover a unha de um gato, é necessário amputar toda a falangeta até à articulação, para evitar que a unha volte a crescer de uma maneira disforme, causando abcessos e deformações.
E não é apenas o osso que é amputado, é necessário também cortar o tendão, o nervo, a articulação e os vasos sanguíneos.
Não se trata de uma única cirurgia de amputação, mas sim 10 dolorosas cirurgias para a ablação de cada uma das falanges dos dedos.


Imagem retirada de: http://www.theoregoncat.org/
 
A cirurgia de ablação das unhas de um gato

A remoção das garras é uma cirurgia extremamente agressiva onde a primeira falange (a ponta do dedo) de cada dedo do felino é cortada com uma turquês. É administrada anestesia geral, sem a qual a dor seria insuportável. Coloca-se um torniquete em redor da primeira pata a desgarrar, após a qual o veterinário inicia uma sequência de 5 amputações. O processo repete-se na segunda pata. Cada amputação elimina a unha e o osso, no qual esta se encontra firmemente enraizada. Secciona-se então o tendão e o ligamento que sustém cada unha, cortando-se o tecido mole e a carne que rodeiam a zona.  Para fazer isso, é feito um corte no coxim (a parte carnuda) de cada dedo para se chegar até o osso, já que apenas expondo a garra não se consegue ver a articulação. Alguns “profissionais” mais preguiçosos simplesmente cortam a unha na base para evitar o corte nos coxins.


De seguida, a assistente do veterinário enfaixa a pata do gato para enxugar o sangue. O gato foi amputado. As unhas retrácteis que teria utilizado ao longo da sua vida para se coçar, brincar, trepar, caminhar e defender-se jazem agora amontoadas sobre a mesa, preparadas para irem para o lixo.

A operação de ablação das unhas nem sempre termina sem percalços. As complicações desta cirurgia podem ser dores permanentes, causadas pelos danos no nervo radial, hemorragias, ossos estilhaçados que impedem a cura e um doloroso crescimento das unhas deformadas para dentro da garra, o que nem sempre é visível, originando abcessos e deformações.
Algumas complicações requerem uma segunda anestesia e cirurgia.

Mesmo que a operação decorra ser percalços, as dores e angústia a que um gato é submetido ao despertar são atrozes.
Felizmente, a ablação das garras em felinos não é uma cirurgia muito frequente em Portugal e é proibida, de acordo com o DEC. Nº 13/93 DE 13 DE ABRIL (Convenção Europeia para a Protecção dos Animais de Companhia)

Intervenções Cirúrgicas

- Nº 1, do art.º 10º – “As intervenções cirúrgicas destinadas a modificar a aparência de um animal de companhia ou para outros fins não curativos devem ser proibidas e, em especial: a) o corte da cauda; b) o corte das orelhas; c) A secção das cordas vocais; d) a ablação das unhas e dos dentes”

- Nº 2, do art.º 10º – “Apenas podem ser autorizadas excepções a estas proibições: a) Se um veterinário considerar necessária uma intervenção não curativa, quer por razões de medicina veterinária, quer no interesse de um dado animal; b) Para impedir a reprodução”.

Informação retirada de: catish.net, felinus.org e theoregoncat.org

Informação

Todos os textos publicados foram preparados após pesquisas em enciclopédias, livros especializados, clínicas veterinárias e sites de conteúdo fidedigno, bem como pela experiência pessoal de convivência com muitos peludinhos.
Se detectar qualquer irregularidade ou incorrecção, agradecemos o seu contacto.



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